Sinopse
O dia 28 de janeiro de 1879 tinha tudo para ficar marcado na história da cristandade. Depois de dias suados de escavações na catedral de Compostela, foi encontrado o túmulo onde se acreditava que repousavam os ossos do santo apóstolo. Mas… e se no destino final a que nos conduzem os místicos caminhos de Santiago se esconder um dos segredos mais bem guardados do Ocidente? Prisciliano, líder carismático do século IV e pioneiro defensor da igualdade das mulheres e dos valores do Cristianismo primitivo, é a figura preponderante neste enigma secular. Comprometido com a força da sua espiritualidade, viveu no coração os sobressaltos de um amor proibido, envolto em ciúmes e intrigas. Ainda que aclamado bispo pelo povo, Prisciliano tornou-se no primeiro mártir da sua Igreja, a quem a História ainda não prestou o devido reconhecimento. Depois de extraordinárias revelações, descubra neste fascinante romance respostas às inquietações que atravessam os tempos: Afinal, quem está sepultado no túmulo? Qual o sentido atual das peregrinações a Santiago de Compostela?
Opinião
Pela segunda vez escrevo com grande orgulho uma opinião de um grande autor português. Alberto S. Santos nunca nos desilude e “O Segredo de Compostela” passou a ser um dos meus livros favoritos do momento.
Este foi um livro que me cativou do início ao fim e o meu grande fascínio pelo período histórico também ajudou. No entanto nunca me tinha debruçado sobre uma leitura que referisse tão expressivamente e delicadamente o território ibérico em séculos passados.
A narrativa começa de forma simples mas inteligente por parte do autor, desperta a curiosidade a partir do primeiro capítulo e sentimo-nos presos para descobrir todos os segredos envolvidos nesta história tão fascinante.
Um peregrino misterioso, uma escavação que esconde os mais perigosos dos segredos e por fim, uma igreja que decide abafar as descobertas feitas. É deste modo que começa esta aventura, fazendo-nos recuar séculos de história para nos depararmo-nos com Prisciliano.
Um “buscador” expressão utilizado no livro, é o sinónimo mais próximo que o autor podia referir. Este é um jovem que é acompanhado pelo um enorme crescimento espiritual o que desencadeia nele uma forte vontade de querer viajar e de aprender fazendo-o sempre tentar procurar o seu próprio caminho incansavelmente.
Mas é na infância que Prisciliano deixa o seu caminho em pausa. Egéria, o seu único e verdadeiro amor foram afastados por diferenças religiosas, mas estes dois caminhos acabam por se cruzar à medida que Prisciliano descobre um novo caminho de peregrinação interior.
O que não se podia prever é que esta nova forma de pensar de Prisciliano e de converter-se ao Cristianismo pudesse trazer tanta discórdia e inimizades. No século IV as “inovações” facilmente se chamavam as ditas bruxarias e isso era realmente considerado o caminho para a decapitação.
Entre segredos, descobertas e novas fés, Alberto S. Santos conseguiu-nos prender de tal forma que ficamos vidrados em acompanhar a vida deste jovem e tentar perceber qual o caminho e escolhas mais acertadas.
Uma leitura com o Apoio: Porto Editora
